Tem sido negligenciado a função dos adipócitos no desenvolvimento da obesidade. Foram até consideradas passivas e com a única responsabilidade de actuarem como células armazenadoras de gordura.
Mas, o que sabemos agora é que os adipócitos não são simples reservatórios de gordura, mas são órgãos endócrinos activos e que desempenham várias funções metabólicas no organismo. Em indivíduos obesos os adipócitos têm um tamanho maior (que em indivíduos magros) e promovem a inflamação e uma libertação de uma série de factores que predispõem para a resistência à insulina.
Uma das ideias que mudou a maneira como olhamos para os adipócitos tem sido a descoberta do seu papel hormonal na regulação do metabolismo, no consumo de energia e no armazenamento de gordura.
Há uma hormona (adiponectina) que é hormona responsável (entre outras coisas) por aumentar a sensibilidade à insulima (ver aqui), mas que em seres humanos com excesso de peso ou obesos as concentrações no plasma são reduzidas e relacionam-se com a resistência à insulina e a altos níveis de insulina em jejum.
As concentrações de leptina (que foi a primeira hormona identificada dos adipócitos, ver aqui), estão também altamente relacionada com o IMC. Quanto maior for o grau de obesidade, maior é também a carência do gene que codifica a leptina (é raro a deficiência de leptina em seres humanos, mas há de facto uma grande resistência dos receptores à acção desta adipocitocina). Curioso observar-se que a administração de leptina actua reduzindo a resistência à insulina (o efeito de melhorar a sensibilidade à insulina, não depende apenas da perda de peso)
Em conclusão, é agora evidente que os adipócitos não são simplesmente um armazém de gordura, são sim órgãos endócrinos activos que desempenham várias funções importantíssimas no organismo.

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