SOL - Muito mais que Vitamina D

 

“Keep your face to the sun and you will never see the shadows." - Helen Keller


 Desde uma perspectiva evolutiva, é absurdo pensar que o sol é sempre mau para a saúde. O sol, na sua dose adequada, é essencial para a vida. Em vez de o tentar anular e temer, devemos conhecê-lo. 

Quando nos expomos ao Sol, os raios UVB são absorvidos na epiderme por uma molécula chamada 7-dehidrocolesterol, fazendo com que seja convertido em pré-vitamina  D3. É então que é transportada ao fígado, onde sofre a acção de uma enzima e é convertida 25-hidroxivitamina d3. Quando esta molécula chega ao Rim será metabolizada na forma activa da Vitamina D (1Alpha,25 hidroxyvitamina D3). Uma vez formada a forma activa da Vitamina D é transportada para TODOS os tecidos e órgãos do nosso corpo, onde se irá ligar a receptores específicos (VDR). (2)
Além dos Rins outros tecidos conseguem converter a pré-vitamina D em 1alpha,25 hidroxyvitamina D3. A ligação da forma activa de vitamina D3 aos receptores  de vitamina D (VDR) irá afectar a expressão de aproximadamente 200genes ( dados sugerem que qualquer melhora no status da vitamina D afetará significativamente a expressão de genes que possuem uma ampla variedade de funções biológicas de mais de 160 vias ligadas ao cancro, doenças autoimunes e doenças cardiovasculares associadas à deficiência de Vitamina D), como podemos ver neste estudo: "Influence of Vitamin D Status and Vitamin D3 Supplementation on Genome Wide Expression of White Blood Cells: A Randomized Double-Blind Clinical Trial" (3)

Isto explica em parte porque que a INSUFICIÊNCIA de Vitamina D3 está associada a muitos problemas de saúde, como vários tipos de CANCRO, infecções, doenças autoimunes (diabetes tipo I, Lupus, esclerose múltipla, psoríase, etc.), depressão, diabetes tipo II, asma, etc.

Mas o Sol é muito mais que Vitamina D e tem efeitos comprovados na redução da pressão arterial (4) (vasodilatação promovida por substâncias produzidas na pele, após a exposição aos raios UV, como o óxido nítrico). Tem também efeitos no humor (5), na redução da Dor (6) e até tem efeitos relaxantes através da produção de B-endorfinas.

Como melhorar a relação com o Sol?
   •Exposição Gradual e contínua, ao contrário de uma exposição esporádica e aguda, (exemplo: estar fechado durante o ano inteiro no seu local de trabalho e durante uma ou duas semanas no período de férias apanhar um escaldão. Ao invés de um trabalhador rural, com exposição gradual em que varia com as estações do ano e contínua desenvolvendo um bronzeado saudável que não é mais que o nosso verdadeiro protector solar. Como podemos ver aqui (7). O maior número de Melanomas verifica-se em zonas do corpo com pouca exposição solar! (8)

   •Segundo a TUA tolerância (tipo de pele!). É fácil perceber a tua tolerância assim que comeces a corar com o sol é porque já conseguiste a dose suficiente de Sol.

   •No teu próprio habitat, se tens a pele escura e vives no norte da Europa estás fora do teu habitat natural. Percebemos da importância da luz solar para os nossos genes ao perceber que à medida que nos distanciamos da linha do Equador a pele do ser humano torna-se mais branca! Isto é, mudamos a cor da pele e do cabelo para absorver mais radiação! Quanto mais longe viveres da latitude de onde evoluiu o teu genoma, mais riscos assumes.

Como diz uma das maiores autoridades Mundiais quando o assunto é Vitamina D, Michael Holick:
"The message of sun avoidance must be changed to acceptance of non-burning sun exposure sufficient to achieve serum 25(OH)D concentration of 30 ng/mL or higher in the sunny season and the general benefits of UV exposure beyond those of vitamin D."

Toma Sol de forma regular, preferencialmente sem protector solar, SEMPRE sem queimaduras e, preferencialmente, entre as 10h e as 15h. Ao contrário do que nos tem sido dito, exposições solares curtas por volta do meio-dia devem ser recomendadas em vez das exposições mais prolongadas ao final da tarde, isto oferecerá maior produção de Vitamina D e menor risco de Melanoma. (10) 

Referências:
1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5685053/
2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK278935/
3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3604145/
4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5592328/
5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3779905/
6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15673638/
7. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15617990/
8. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7248161/
9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5129901/pdf/kder-08-01-1248325.pdf
10. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18348449/
11. https://www.mdpi.com/2072-6694/12/8/2111/htm

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