Sol / Verão - Bombardeamento publicitário de protectores solares


As marcas de protectores solares apostam todas as fichas nesta altura do ano, mas será que todas estas advertências para os perigos do sol fazem sentido?

Costumo dizer que um consumidor informado é um consumidor mais difícil de enganar e esta análise ao sol (feita pela industria dos protectores solares) em que ampliam uma patologia concreta (pela má exposição ao sol) ignorando e escondendo todos os benefícios para a saúde é de facto tendencioso.

Mas que benefícios são esses para a saúde? Há uma relação directa entre o aumento de exposição solar e um risco reduzido em variadíssimas patologias:

  • Osteoporose (densidade óssea; má absorção de cálcio)
  • Raquitismo
  • Cancro (próstata, mama, cólon, ovário, pâncreas,etc)
  • Psoríase
  • Síndrome pré-menstrual (já dediquei um artigo a este tema: ver aqui)
  • Esclerose Múltipla
  • Artrite Reumatoide
  • Diabetes tipo I
  • Depressão
  • Alzheimer
  • Esquizofrenia
  • Doença Renal
  • Sarcopenia
  • Sistema imunitário deficiente
O sol tem sido um parceiro vital da nossa saúde, mas foi demonizado nos últimos 40/50anos com uma forte mensagem da industria  dermatológica que basicamente nos "educa" para nunca nos expormos directamente ao sol. Ironicamente, actualmente, mais de metade da população mundial sofre de deficiência de Vitamina D.

As consequências, essas são graves, ou não fosse a vitamina D activada uma hormona que, directa ou indirectamente, se relaciona com mais de dois mil genes e que regula o crescimento de diferentes grupos de células ( e que impedem de se tornarem malignas, daí a sua ligação a tantos tipos de cancro). Uma vez que a vitamina D é produzida na pele, a partir da radiação UVB do sol (ou em pouca quantidade através da comida, ou da suplementação) o fígado cria um metabolito de vitamina D (25-vitamina D)que viaja para os rins onde se transforma em vitamina D activa (1,25 vitamina D), mas também pode ser activada numa variedade de células (incluindo as do sistema imunitário, onde modula a actividade celular e reduz o desenvolvimento de doenças auto-imunes, melhora o combate a doenças infecciosas, e as células da próstata, mama, cólon onde previne a proliferação de células malignas que caracterizam o cancro!)

Obviamente que a duração dessa exposição solar irá depender de vários factores, desde a estação do ano, ao nível de adaptação de cada um e até à cor da nossa pele. Duração essa que nunca deverá ser tão longa que lhe chegue a causar queimaduras.

Melhorar a nossa relação com o sol está assente em três grandes pilares:
  1. Exposição gradual e contínua. ( de facto não estamos adaptados para ficar fechados num escritório 8h por dia durante 11 meses do ano em que a única luz que recebemos é luz artificial do monitor de um computador. Depois de meses a fio fechados e com um tom de pele pálido vamos nos expor ao sol durante horas seguida em pleno verão numa praia do Algarve. Infelizmente é verdade, temos um modo de vida moderno num corpo ancestral, é o preço a pagar
  2. Tolerância Individual. Não é preciso nenhum teste específico. Basta olha para o tom da nossa pele quando exposta ao sol. Quando a pele começa a mudar de tonalidade é porque apanhamos o banho de sol suficiente (importante é não ficar com nenhuma queimadura)
  3. Habitat Natural. Se és ruivo de pele clara e olhos azuis mas vives nas Caraíbas os teus genes estão melhor adaptados a outras latitudes e sendo assim mais riscos corres. Não é de estranhar que indivíduos de cor escura, por exemplo em Portugal, sejam os mais afectados com baixos níveis de vitamina D.  (os nossos ancestrais eram negros, afinal todos somos provenientes de um grupo de homo sapiens de pele escura que viveu concentrada em Africa. A luz solar é tão importante para os nossos genes que à medida que nos afastamos de Africa (perto do equador) a nossa pele tornou-se mais branca)
Ainda acha que não se deve expor a um único raio de sol?

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