Carne Vermelha, a principal responsável das doenças cardíacas e da obesidade?

A maneira como a maioria da população em Portugal se alimenta é alarmante. Vejo diariamente pessoas alimentarem-se sem qualquer tipo de preocupação com a sua saúde, talvez por pensarem que serão para sempre jovens e saudáveis ou que as doenças, derivadas da má alimentação, só acontecem aos outros. A verdade é que poucos são, os que se alimentam para prevenirem doenças, para manterem a sua longevidade ou a sua saúde.

É sobretudo para os mais focados e preocupados com a sua saúde e o seu bem estar, que escrevo pois são esses mesmos que são enganados diariamente seja por mitos, contra-informações ou simplesmente por campanhas de marketing que as Milionárias empresas de alimentos industrias fazem.

A discussão em volta da carne vermelha tem anos e por ser um assunto que gera ainda grandes confusões na nossa sociedade a JunkFood Unkask vem mais uma vez dissertar e explicar as mentiras que se foram criando. O que vou escrever já de seguida pode chocar quem ainda vem agarrado a ideias do passado em que as carnes vermelhas eram vistas como um alimento que causava doenças cardíacas, obesidade, osteoporose e até diabetes.


Na realidade vale muito mais para a sua saúde, para a sua composição corporal e para a sua longevidade comer carne gordurosa como a vermelha do que comer pão, massas, doces, ou qualquer alimento industrializado com gorduras hidrogenadas, farinhas refinadas, xaropes de milho, frutose (quando é separada da fruta), açúcar refinado, óleos hidrogenados, etc.

O grande responsável pelas doenças atrás mencionadas é a gordura trans/hidrogenadas presente nesses óleos parcialmente hidrogenados e em todos os alimentos refinados e industrializados. É isso que gera os grandes problemas de saúde vividos actualmente. Isso é óbvio.
Se analisarmos, foi nos últimos 50/60 anos, que retiramos a gordura saturada da alimentação e em troca as pessoas começaram a comer alimentos ricos em gordura trans, não saturada. E o que vemos é que não só não diminuiu a ocorrência de doenças cardiovasculares, obesidade ou diabetes...como aumentou em muito a ocorrência destas doenças. E aumentou porque tiramos a gordura mais importante que nosso organismo precisa e em troca aumentamos o consumo de açúcar, xarope de milho, frutose, adoçantes, gorduras trans e farinhas refinadas. 

O nosso organismo é dependente dessa gordura para se estruturar para se expandir, para gerar hormonas e para absorver vitaminas como A e D. Além disso, é este tipo de gordura que nos faz perder gordura corporal, por isso o óleo de coco faz tão bem. 

Outro ponto fundamental é o desequilíbrio existente na nossa alimentação actual no que diz respeito à concentração de Omega 3 e Omega 6 (o Omega3 vem especialmente da carne e do peixe, e o Omega 6 dos vegetais). Há mais de 50anos atrás a proporção era de 1:1, actualmente o rácio chega já aos preocupantes 1:50. 
O Omega 3 é uma molécula anti-inflamatória e o Omega 6 é pró-inflamatória, são ácidos gordos essenciais que não produzimos. As principais doenças do mundo moderno são, todas elas, (até o próprio cancro) geradas por processos inflamatórios silenciosos. O combate deve ser feito usando o anti-inflamatório, ou seja, o Omega 3 presente na carne vermelha (especialmente a que é criado em pasto, ao contrário da que é criada em cativeiro que são alimentados com ração de milho ou soja, que pouco Omega 3 tem e detrimento do Omega 6) e peixes gordos selvagens (ao contrário também dos de cativeiro).

Aconselho a restrição desses alimentos industrializados em benefício das carnes vermelhas, peixes gordos e ovos, mas procurando que sejam todos eles de animais criados em pastos. Respondendo ao título deste artigo, posso adiantar que a carne vermelha não é a responsável das doenças cardíacas e da obesidade.

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